Quem eu sou...

Minha foto
Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Hoje eu sou Gabi, amanhã posso ser Gabriela.. Conheço a Lua faz 20 anos e é nas areias cariocas que costumo me sentar para observá-la... Às vezes sou bossa nova, outras vezes rock'n'roll... Às vezes sou a multiplicação de 5 em 5000... Mas se tem uma coisa que eu aprendi é que não sou do tamanho da minha altura, mas sim do tamanho daquilo que vejo.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

A lição

A lição que fica disso tudo? ”Nunca desistir” Talvez. “Perseverar” Pode ser. Ah... Acho mesmo que a maior lição é não ter medo de mudar, se para alcançar o nosso objetivo nós tenhamos que alterar a rota traçada. Talvez este seja um ato de desapego... Desapego aos planos, tão certinhos e tão retinhos! Tudo muda a todo instante, a gente tem mesmo que aprender a aproveitar essas mudanças ora sutis, ora bruscas. Se o nosso potencial tá num sonho vamos correr atrás dele! E ver “que bicho que dá”! Mesmo que esse sonho pareça gigante diante do nariz da gente...

Isso me lembra uma música do Chico:

“Roda mundo, roda-gigante                          
  Roda-moinho, roda pião
  O tempo rodou num instante
  Nas voltas do meu coração”

Plano B

Vamos fazer acontecer!

A primeira reunião para discussão ocorreu ao acaso na última terça-feira! Começou como um encontro entre amigos num lugar inusitado chamado Ilha da Gigóia, zona oeste do Rio de Janeiro (precisamos pensar num Oasis para lá!). No final do dia as mesinhas de uma lanchonete estavam ocupadas com canetas e papéis que iam abrigando nossas idéias e expectativas =)

Além dos objetivos iniciais, agora se torna mais sólida a necessidade de: fazer uma etapa de formação com os alunos que irão compor o grupo núcleo, valendo-se de dinâmicas com o objetivo de fazer com que eles se unam, entendam o processo e se contagiem; realizar jogos cooperativos o grupo núcleo, em primeiro lugar, e posteriormente com os demais alunos; estabelecer oficinas de criação, isto é, espaços onde cada um pode oferecer sua ferramenta, o melhor de si em prol da ação; tornar o movimento replicável e fazer com que a ação parta de grupo núcleo para os demais alunos e a partir dos alunos ganhe um novo alcance, um novo horizonte.

Ah! Ficou acertado também o período para início das atividades. Tentar implantar o projeto no fim do período letivo não seria ideal, portanto, 2011 promete começar a todo gás!

Olha o quebra-molas!



Proposta em mãos e exército de amigos se formando... Só faltava mesmo confirmar o interesse da escola em abraçar essa proposta com a gente!

Investi nas duas escolas públicas do meu bairro. Na primeira delas, no entanto, o grupo mais velho para se trabalhar era composto por alunos de no máximo 8 anos de idade,fato que dificultaria a montagem do grupo núcleo para discussão e avaliação da proposta (o ideal era que o grupo núcleo fosse composto por jovens, adolescentes de modo que eles impulsionassem as demais faixas etárias da escola), além disso, segundo a diretora, a escola passava por alguns obstáculos relacionados ao aprendizado dos alunos, sendo inviável investir tantos esforços e tempo neste projeto. Ela dá preferência a projetos mais rápidos, que envolvam manifestações culturais como artes plásticas, danças, teatros...

Na segunda escola as condições eram perfeitas! Havia uma diversidade de faixas etárias, lugares a ser transformados não faltavam e, ainda, a diretora gostou da proposta! Entretanto, surgiu uma nova questão: o CRE. CRE significa Conselho Regional de Educação e para implementar o projeto na escola é necessário ter o aval do Conselho. E agora?

Necessitar desta autorização definitivamente não estava nos meus planos. Era algo que seria inviável de fazer, pelo menos dentro dos prazos que tinha estabelecido para cumprir as tarefas do GSA. Bom, me restavam duas opções: perseverar na idéia inicial, mas estar consciente de que isso me traria conseqüências, ou poderia investir esforços em outra idéia, recomeçando meu desafio e terminando todas as etapas dentro das datas estipuladas.

Refleti, avaliei, reavaliei...

Optei por colocar minha intenção neste projeto das escolas e vi no CRE uma oportunidade de ampliá-lo. Por que não torná-lo replicável? Com a aprovação do Conselho é possível repetir esta ação em outras unidades do CIEP (Centro Integrado de Educação Pública), e não somente restringir à unidade do meu bairro. Cada vez mais sendo aprimorando, reparando as falhas, envolvendo mais parceiros... Isso me empolgou mais ainda! E vi nesta idéia algo que me realizaria, não fazendo sentido investir em outra coisa. É claro, que lugares para transformar não faltam no mundo! Mas é dentro das escolas que eu quero estar, é por lá que quero começar...

E aí me lembrei do meu primeiro post... Fiz a pergunta: possui este caminho um coração? Era o que eu precisava para ter a certeza da minha escolha...

Plano A

A idéia de fazer uma ação em conjunto com uma escola despertou um interesse ímpar e uma vontade de fazer acontecer imensa! Fiz então o planejamento dos objetivos, metodologia de ação, montei um cronograma de atividades e o melhor de tudo: estabeleci parcerias incríveis! Descobri em antigos amigos, verdadeiros parceiros de idéias... E mais, fiz novos amigos, com idéias inovadoras e uma disposição para agir que me deixou ainda mais firme nesta nova empreitada!

De início a idéia era propor um “Mão na Massa” dentro de uma escola. As etapas do processo ficariam assim:

1 – Apresentação do projeto para a diretora e fechamento de um cronograma de atividades;

2 – Convocação das lideranças estudantis (diretora e professores indicariam as lideranças positivas e negativas das classes) e dos alunos voluntários. Estes alunos formariam o núcleo do projeto;

3 – O grupo núcleo ficaria responsável por coletar os desejos de transformação dos demais alunos e funcionários: o que queremos ver na escola? O que temos na escola, porém que podemos melhorar?;

4 – Diálogo entre os líderes de forma a chegarmos a um consenso sobre qual deveria ser o palco da grande ação e como podemos fazer isto acontecer;

5 – Mobilização dos alunos para captação de recursos (a partir das necessidades avaliadas)e mão-de-obra;

6 – Dia de fazer o milagre acontecer e celebrar! Realização da transformação a partir da mobilização dos próprios alunos, pais, professores, funcionários, amigos...

O vídeo que segue tem toda a apresentação que levei para a diretora! Acho que fica melhor de entender o projeto... O desenrolar da história toda eu conto no próximo post =)



(A música do vídeo é do grupo Barbatuques e se chama "Baião Destemperado" e as imagens são do projeto A Gente Transforma www.agentetransforma.com.br)

"Grandes idéias"

Ao ler os desafios comecei a pensar nas possibilidades... O que eu poderia fazer? O que eu gostaria de fazer? Deixei fluir... E quando vi estava junto daqueles que inspiraram minhas ações desde o início e me fizeram chegar até aqui: as crianças.

Não sei se já mencionei alguma vez, mas já fui contadora de histórias para crianças. A melhor parte era aprender com elas e com os livros tudo aquilo que “gente grande” não sabe ensinar ou sequer entendeu alguma vez. Aprendi algumas lições, tomei algumas broncas, me questionei algumas vezes, ri muito e me diverti mais ainda! Era um universo diferente daquele que eu estava acostumada, parte porque era um hospital, parte porque muitas vezes eram crianças e famílias menos abastadas, parte porque lidávamos com enfermidades a todo instante e parte porque não havia adversidade que tirasse a leveza e sorriso daquelas crianças.

Tais histórias, não aquelas que eu contei mas aquelas que eu vivi, me trouxeram grande inspiração e crença no potencial destas pessoinhas. Na ação em que eu participei em SP tenho certeza de que se não fosse por elas o trabalho seria bem mais difícil. Por que não fazer algo com elas então? Pensei em promover uma ação em conjunto com a escola. Como se fosse um novo braço da educação, uma nova proposta. E eu não precisava ir tão longe para buscar parcerias ou entrar em lugares que careciam de alguma mobilização: em meu bairro eu contava com 2 escolas públicas e uma comunidade!

Vou contar que eu pulava, irradiava empolgação! Parecia uma pipoqueira gigante... Explodindo sem parar!


segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Meu excesso

Foi dada a largada para a operação "Limpa Armário"! Fiz arrumação geral nas minhas coisas!

** O que foi doado:

    Lápis de cor

    Lápis e canetas

    Blocos de papéis e materiais de estudo

   Livros (apostila de pré-vestibular, dicionário de inglês para crianças e guia de computadores para crianças)

    Camisas

    Shorts

    Tênis

** Para quem:

A Patrícia é uma moça que nos ajuda nas tarefas de casa. Ela mora em Saracuruna (bairro-distrito de Duque de Caxias, município da região metropolitana do Rio de Janeiro) e se comprometeu a dividir os materiais doados por lá. Combinamos que os materiais de estudo seriam divididos entre o João, seu filho de 12 anos que está prestes a começar um curso de desenho, e as crianças de uma escola. Ainda não tive a oportunidade de conversar com ela sobre o desfecho... Tô na expectativa!

Meu consumo

Acredito que tudo é uma questão de parâmetros. Por muitas vezes assumimos gastos supérfluos, os quais julgamos essenciais, enquanto famílias inteiras trabalham duro para fazer 1 refeição diária.

** Meus gastos

Freqüentar a faculdade é a principal tarefa que desenvolvo ao longo da semana. Minhas aulas são pela manhã, porém, por vezes, estendo meus estudos no campus até a tarde/noite. Ao longo do dia evito ao máximo gastos desnecessários, consumindo somente aquilo que preciso, levando lanches e utilizando transporte coletivo para me locomover.

Durante esta última semana, eu e meu grupo de trabalho da faculdade nos deparamos com uma reflexão. Fizemos um trabalho cujos gastos para execução nos fizeram pensar. Criamos um projeto e por fim um protótipo, e escolhemos o acrílico como material a ser utilizado. Sem dúvida o resultado foi o melhor possível: alcançamos o objetivo proposto, fomos fiéis ao conceito que estabelecemos, tinha beleza, tinha um “quê” lúdico... Entretanto, o custo total para concretizá-lo foi em torno de 125 reais. E nem mesmo procuramos alternativas de materiais (embora tivéssemos liberdade de escolha!). De fato também não houve desperdício! Mas refletimos. Como poderíamos baratear o projeto? A comparação foi inevitável: com 125 reais compra-se 3 cestas básicas, média de 35 reais cada, e ainda sobram pouco menos de 20 reais que poderiam ser usados para comprar produtos que complementem as cestas. Pensar sobre isto foi doído. Colocar as coisas sob essa perspectiva foi como um despertar. Mas o que fica desta lição é o desafio! Estabelecemos como meta para o próximo trabalho pensar em alternativas sustentáveis. Que tal reciclarmos? Tá mais do que topado este desafio!