Quem eu sou...

Minha foto
Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Hoje eu sou Gabi, amanhã posso ser Gabriela.. Conheço a Lua faz 20 anos e é nas areias cariocas que costumo me sentar para observá-la... Às vezes sou bossa nova, outras vezes rock'n'roll... Às vezes sou a multiplicação de 5 em 5000... Mas se tem uma coisa que eu aprendi é que não sou do tamanho da minha altura, mas sim do tamanho daquilo que vejo.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Meu excesso

Foi dada a largada para a operação "Limpa Armário"! Fiz arrumação geral nas minhas coisas!

** O que foi doado:

    Lápis de cor

    Lápis e canetas

    Blocos de papéis e materiais de estudo

   Livros (apostila de pré-vestibular, dicionário de inglês para crianças e guia de computadores para crianças)

    Camisas

    Shorts

    Tênis

** Para quem:

A Patrícia é uma moça que nos ajuda nas tarefas de casa. Ela mora em Saracuruna (bairro-distrito de Duque de Caxias, município da região metropolitana do Rio de Janeiro) e se comprometeu a dividir os materiais doados por lá. Combinamos que os materiais de estudo seriam divididos entre o João, seu filho de 12 anos que está prestes a começar um curso de desenho, e as crianças de uma escola. Ainda não tive a oportunidade de conversar com ela sobre o desfecho... Tô na expectativa!

Meu consumo

Acredito que tudo é uma questão de parâmetros. Por muitas vezes assumimos gastos supérfluos, os quais julgamos essenciais, enquanto famílias inteiras trabalham duro para fazer 1 refeição diária.

** Meus gastos

Freqüentar a faculdade é a principal tarefa que desenvolvo ao longo da semana. Minhas aulas são pela manhã, porém, por vezes, estendo meus estudos no campus até a tarde/noite. Ao longo do dia evito ao máximo gastos desnecessários, consumindo somente aquilo que preciso, levando lanches e utilizando transporte coletivo para me locomover.

Durante esta última semana, eu e meu grupo de trabalho da faculdade nos deparamos com uma reflexão. Fizemos um trabalho cujos gastos para execução nos fizeram pensar. Criamos um projeto e por fim um protótipo, e escolhemos o acrílico como material a ser utilizado. Sem dúvida o resultado foi o melhor possível: alcançamos o objetivo proposto, fomos fiéis ao conceito que estabelecemos, tinha beleza, tinha um “quê” lúdico... Entretanto, o custo total para concretizá-lo foi em torno de 125 reais. E nem mesmo procuramos alternativas de materiais (embora tivéssemos liberdade de escolha!). De fato também não houve desperdício! Mas refletimos. Como poderíamos baratear o projeto? A comparação foi inevitável: com 125 reais compra-se 3 cestas básicas, média de 35 reais cada, e ainda sobram pouco menos de 20 reais que poderiam ser usados para comprar produtos que complementem as cestas. Pensar sobre isto foi doído. Colocar as coisas sob essa perspectiva foi como um despertar. Mas o que fica desta lição é o desafio! Estabelecemos como meta para o próximo trabalho pensar em alternativas sustentáveis. Que tal reciclarmos? Tá mais do que topado este desafio!

Meu lixo

Dei o primeiro passo! Comecei a coleta seletiva em minha casa. Eu e minha família começamos a ação na última sexta-feira e já recolhemos latinhas, garrafas pet, embalagens de loga vida, plásticos e papéis. A meta agora é convidar os outros moradores do prédio para agir também! Já sabemos que o caminhaão da coleta chegou em nosso bairro e conseguimos o telefone. Falta pouco agora!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Minha ação

Em julho deste ano participei de um projeto incrivelmente lindo e inspirador. Ganhei presentes imensuráveis e para a vida toda! Espero, sinceramente, que não tenha sido minha experiência de vida... Quero viver muitas situações semelhantes e tão intensas quanto..

Era um 18 de julho meio frio aqui no Rio de Janeiro. Embarcava com mais quatro estudantes de arquitetura da minha faculdade (sem que eu conhecesse nenhuma delas). São Paulo nos aguardava. No fundo, embarcávamos sabendo somente onde desembarcaríamos quase uma hora depois. “A Gente Transforma - Parque Santo Antônio com Suvinil ao Vivo” era a nossa meta. Nos perguntaram “Vem com a gente?” e dissemos sim. Participamos de 3 desafios em que começamos com toda a transformação: cada uma de nós (e dos outros 29 estudantes que estavam envolvidos) escolheu um lugar, propôs as mudanças e efetivou o sonho da maneira que fosse viável. Era, então, chegada a hora do grande movimento, da grande mobilização. Uma equipe enorme nos aguardava para somar forças. 34 estudantes ajudavam a formar o exército que iria transformar o Campo do Astro, região da comunidade Parque Santo Antônio, zona sul de São Paulo. Andamos pela comunidade, olhamos cada cantinho e cada beleza, proseamos com os moradores, trocamos sorrisos e abraços, ouvimos os sonhos e as necessidades, propusemos mudanças e, por fim, colocamos a mão na massa. O resultado final estava expresso em cores, lágrimas de emoção, agradecimento mútuo e muito barulho, vindo da música, das vozes, das exclamações, da celebração. Onde antes era marrom, agora não dá nem pra contar quantas cores tem. Onde antes era lixo, hoje é parquinho, área de convivência, churrasqueira e sombra, muita sombra e vida, vinda das mudas plantadas. Hoje tem 2 manilhas que escoam com mais facilidade a água do Córrego do Freitas (um grande esgoto a céu aberto), que enche em períodos de chuva causando infinitas perdas para as milhares de pessoas que vivem nas proximidades. As grandes necessidades da comunidade ainda existem e precisam ser sanadas, mas a ação se fez pensando na mobilização da própria comunidade (que passou a contar com uma liderança feminina para zelar pelos novos bens) que agora se reconhece como tal e sente-se capaz de reivindicar seus direitos e sabe cumprir seus deveres. Eram centenas de pessoas que praticamente nunca se viram na vida, mas que compartilhavam de um único objetivo: fazer acontecer já o melhor mundo!

Foi um processo incrível, lindo, de construção e desconstrução ao mesmo tempo... Imensurável, intenso, transformador e inspirador... Agora não existe mais “Vem com a gente?”, agora existe “Vamos juntos?”.

(Para saber mais: http://www.agentetransforma.com.br/)



Meu compromisso

O mundo quer mudar. As pessoas querem mudar. Quem não quer o melhor mundo? A grande questão, entretanto, é como fazer tudo isto, como dar o primeiro passo. Uma vez dado o primeiro passo, todos os outros fluem e seguem caminhando afinadinhos com o ritmo! Entendo a proposta do GSA como um período de aprendizado e não como uma ação com prazo de validade. Pelo contrário! O objetivo tem que ser o aprendizado: o aprender a olhar e apreciar uma paisagem (independente de como ela seja, sempre há belezas a serem descobertas), ouvir e entender a demanda de uma comunidade (por muitas vezes precisamos nos despir das tais idéias “pré-fabricadas”), pensar em maneiras de transformá-la com conjunto com seus membros (fazendo aumentar os vínculos e o afeto entre todas as partes que compõe determinado cenário) e encontrar maneiras de atrair mais pessoas para o nosso propósito (mudar o mundo sozinho, além de ser impossível, é muito sem graça!), podem ser exemplos. Ainda, a lição que julgo ser a mais importante: aprender sobre o nosso poder de transformação, sobre aquilo que somos capazes de realizar desde que tenhamos a vontade e o desejo de fazer acontecer.

O objetivo, ao voltarmos do programa é levarmos as propostas adiante, prosseguindo disseminando as novas idéias, transformando outras realidades, realizando novos sonhos e sonhando com outras transformações.

A minha idéia é introduzir a proposta do empreendedorismo social em escolas, públicas e particulares. Acredito que as crianças e os jovens são o motor do mundo, a nova consciência em formação, por isto julgo tão essencial que todos eles tenham acesso a este novo conceito. Ando pensando nisto como meu desafio para o GSA, aliado com a idéia do design útil e a utilização de materiais recicláveis (afinal, a minha ferramenta é a arquitetura, né?). Ainda não tenho a proposta concreta, mas andei conversando com velhos amigos e amigos que acabei de conquistar... Era um convite mais ou menos assim: “Eu ainda não sei não, mas vem comigo que eu te conto no caminho!”, segundo resumiu uma amiga e colega de profissão. Mas a coceira já começou a se espalhar... Penso nisto como uma ação para agora e para o futuro, aprimorando aquilo que for necessário, reparando os erros, reafirmando os acertos e sempre envolvendo mais gente na roda!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Meu propósito

Andei pensando nisto esses dias, enquanto me preparava para dar início ao jogo. O “decidir participar” e o “fazer a inscrição” foram situações inusitadas, eu diria. Há pouco é que tenho racionalizado tais acontecimentos, justamente porque na hora que ocorreram utilizei-me apenas da intuição.

Descobri o GSA durante uma experiência intensa, enquanto participava de um projeto com semelhante proposta, em SP (prometo que falo dele em postagens futuras, mas a imagem do último vídeo é de lá!). Vi-me imersa em um mar de sensações incríveis, entre elas a que julgo mais especial: a de “lugar certo na hora certa”. Tive a chance de conhecer alguns guerreiros e uma parte da equipe do Elos e de ver alguns vídeos. Só aí comecei a ter noção da dimensão da proposta que estava por vir. Os vídeos me tiraram do chão e me encheram de energia! Não sei descrever como eram as emoções, só sei que elas transbordavam em forma de lágrimas e sorrisos. Finalmente tinha descoberto quais poderiam ser as minhas ferramentas, o que eu quero oferecer, o papel que quero representar no mundo. Descobri também, que sou apenas um peixinho neste mar de sonhadores... Ah! Mas que não sonham apenas, porém se unem e agem em busca do tal melhor mundo.

Hoje, penso que ir até Santos é só um bônus dentre tudo que já ganhei. O processo seletivo já é um presente (confesso que por vezes penso ser um “presente de grego”, com tanto trabalho! rs)! Ganhei um sopro de vida e motivação! Tenho estabelecido parcerias incríveis e as idéias simplesmente explodem na minha cabeça fazendo meu corpo todo tremer!

Já me sinto parte de uma corrente enorme que realmente acredita na transformação do mundo, das realidades, dos conceitos. Ser parte integrante de ações com esta faz com que eu me sinta capaz, incansável, cidadã do mundo, realizada e com o poder de transformação em minhas mãos.

"Peixinhos do mar"




Minha última postagem termina falando de uma grande dança de roda. Na hora que coloquei o ponto final pensei na música que gostaria que tocasse! Muito legal a conexão estabelecida! Então, quero dividir com vocês! Para tanto, fiz um vídeo com a tal música ao fundo (é bem simples porque ainda sou nova no mundo do moviemaker, tá?). A única imagem que aparece foi feita enquanto eu observava algumas crianças que brincavam no Campo do Astro, em SP. Ah! E a música é uma versão feita pelo grupo Barbatuques de duas cantigas: Peixinhos do Mar e Marinheiro (aposto que todo mundo já cantou esses versinhos algum dia!).

O Milton Nascimento, em uma de suas canções, faz uma alusão a uma destas cantigas. Vou colocar um trechinho pra ficar mais fácil de lembrar:



"Quem me ensinou a nadar
Quem me ensinou a nadar
Foi, foi marinheiro
Foi os peixinhos do mar [...]"



(Peixinhos do mar ~ Milton Nascimento)

Acho não foi feliz coincidência não.. esses versinhos estão me dizendo tanta coisa agora =)

Quem eu estou?

Dentre todas as escolhas que fiz ao longo dos meus 20 anos, escolhi seguir a carreira acadêmica, isto é, prosseguir nos estudos universitários e, por fim, ganhar um diploma. Mas o que fazer com este pedaço de papel? Estudar o quê? Ser o quê?

A primeira decisão que tomei me serviu como rica fonte de aprendizado (outrora diria que foi a decisão mais equivocada que podia tomar, porém hoje penso que me preparei para os bons ventos do futuro). Rumei para o caminho da física, química, matemática, biologia... Juntei todas estas áreas do conhecimento na carreira de Biofísica. Foi preciso cursar 1 ano para perceber que tal caminho não fazia o menor sentido na minha vida e, portanto, eu seria somente 2 mãos para trabalhar. Naquele caminho não havia coração, o meu coração. Enchi meus pulmões de ar e decidi mudar. Ouvi minha intuição e cheguei até a Arquitetura. Entre papéis, réguas e lápis me descobri não apenas como as tais 2 mãos para o trabalho, mas também doei minhas idéias, meus sonhos e inspirações. Quando vi tinha achado o meu coração.

O desafio seguinte (e que enfrento todos os dias desde então) é, sem dúvida, não deixar que os meus sonhos se percam por entre as “idéias pré-estabelecidas das pessoas grandes” (como diria Tistu, um menino que tinha o dedo verde). Em outras palavras, saber distinguir quem sou e quem querem que eu seja. Na profissão que finalmente escolhi os caminhos a seguir são múltiplos! E a todo instante me deparo com novas possibilidades. Mas antes de ser arquiteta desejo de ser cidadã do mundo. Hoje, tento nortear minhas ações de forma que consiga integrar tais anseios. Como posso utilizar os conhecimentos que vou adquirindo em prol de uma causa maior? Quais são as minhas ferramentas para construir o melhor mundo? O que eu tenho para oferecer? Quais os valores que quero ganhar e fortalecer? Creio que fazer-se tais perguntas seja mais essencial do que ter as respectivas respostas nas mãos.

Encontrar aliados é uma outra tarefa desafiadora. Vencer o próprio medo de receber negativas e ainda sim persistir na jornada. Às vezes os mesmos sonhos existem dentro de alguém, que pode estar próximo ou não da gente, mas que não sabe dar o primeiro passo. Sejamos a faísca! Ou o início de uma coceira (rs), como eu gosto de pensar!

Pensar e me movimentar desta forma me trouxe, principalmente, uma seriedade e esperança/crença no futuro que até então eu apenas idealizava, porém não sentia de fato. Não me sinto solitária, bem como uma ilha no meio do oceano, pelo contrário! Hoje eu danço, numa roda nem grande, a música que tocar!