Dentre todas as escolhas que fiz ao longo dos meus 20 anos, escolhi seguir a carreira acadêmica, isto é, prosseguir nos estudos universitários e, por fim, ganhar um diploma. Mas o que fazer com este pedaço de papel? Estudar o quê? Ser o quê?
A primeira decisão que tomei me serviu como rica fonte de aprendizado (outrora diria que foi a decisão mais equivocada que podia tomar, porém hoje penso que me preparei para os bons ventos do futuro). Rumei para o caminho da física, química, matemática, biologia... Juntei todas estas áreas do conhecimento na carreira de Biofísica. Foi preciso cursar 1 ano para perceber que tal caminho não fazia o menor sentido na minha vida e, portanto, eu seria somente 2 mãos para trabalhar. Naquele caminho não havia coração, o meu coração. Enchi meus pulmões de ar e decidi mudar. Ouvi minha intuição e cheguei até a Arquitetura. Entre papéis, réguas e lápis me descobri não apenas como as tais 2 mãos para o trabalho, mas também doei minhas idéias, meus sonhos e inspirações. Quando vi tinha achado o meu coração.
O desafio seguinte (e que enfrento todos os dias desde então) é, sem dúvida, não deixar que os meus sonhos se percam por entre as “idéias pré-estabelecidas das pessoas grandes” (como diria Tistu, um menino que tinha o dedo verde). Em outras palavras, saber distinguir quem sou e quem querem que eu seja. Na profissão que finalmente escolhi os caminhos a seguir são múltiplos! E a todo instante me deparo com novas possibilidades. Mas antes de ser arquiteta desejo de ser cidadã do mundo. Hoje, tento nortear minhas ações de forma que consiga integrar tais anseios. Como posso utilizar os conhecimentos que vou adquirindo em prol de uma causa maior? Quais são as minhas ferramentas para construir o melhor mundo? O que eu tenho para oferecer? Quais os valores que quero ganhar e fortalecer? Creio que fazer-se tais perguntas seja mais essencial do que ter as respectivas respostas nas mãos.
Encontrar aliados é uma outra tarefa desafiadora. Vencer o próprio medo de receber negativas e ainda sim persistir na jornada. Às vezes os mesmos sonhos existem dentro de alguém, que pode estar próximo ou não da gente, mas que não sabe dar o primeiro passo. Sejamos a faísca! Ou o início de uma coceira (rs), como eu gosto de pensar!
Pensar e me movimentar desta forma me trouxe, principalmente, uma seriedade e esperança/crença no futuro que até então eu apenas idealizava, porém não sentia de fato. Não me sinto solitária, bem como uma ilha no meio do oceano, pelo contrário! Hoje eu danço, numa roda nem grande, a música que tocar!